quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Luiz Mendes descansa


Amigos, quando o assunto é futebol, eu sou um saudosista. Cresci ouvindo meu pai falar sobre Garrincha, Pelé, Didi, sobre Castilho, Píndaro e Pinheiro, sobre o Flamengo da década de 50, de Henrique e Jordan. Meu tio ia mais longe, e recordava Ademir Menezes, Romeu, Hércules, Tim, Brant, Batatais, aquele Fluminense imbatível de 1941. Quando leio o livro de Mario Filho, então, tenho a nítida sensação de que o futebol daquela época romântica era melhor que o atual.

O triste é que os artistas e as testemunhas daquele tempo bom estão indo embora, estão nos deixando. Hoje, Luiz Mendes descansa. Ele não só estava no Maracanã em 16 de julho de 1950: com sua voz inconfundível, ele narrou o Maracanazo. Trinta e quatro anos antes de eu nascer, ele já trabalhava, já levava as emoções do futebol ao povo.

Na minha nostalgia particular, ainda escuto muitas partidas no rádio (quem já me viu nos estádios da vida deve ter percebido o fone no ouvido). A voz de Luiz Mendes acompanha meu futebol desde a infância (quando escutava os jogos no rádio grande mesmo, sem fone). Sempre que o ouvia, prestava atenção. Concordando ou discordando com suas opiniões, adorava a clareza de suas ideias. (e discordava bastante, não tenho vergonha de dizê-lo)

E adorava também perceber nele um exemplo de pessoa, que continuou trabalhando, enquanto pôde. Afinal, é ou não é comovente ver um velhinho com mais de 80 anos na ativa? Amigos, ele cobriu dezesseis Copas do Mundo. Dezesseis!

Quando, na fatídica final no Maracanã, o uruguaio Ghiggia apunhalou a nação tupiniquim, Luiz Mendes narrou: "não é possível, não é possível". Hoje, com a morte de Luiz, é o Brasil que grita: "não é possível, não é possível".

PC

5 comentários:

  1. Bela e justa homenagem, PC!

    Quantas histórias ele contava na rádio. O 'velhinho' sabia de muitas histórias que, agora lá em cima, vai contar para os que se foram.

    Eu não tenho dúvidas, lá está muito melhor do que aqui, meu caro. Pelo menos no futebol, muito melhor!

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  2. Belo texto PC,
    homenagem mais que justa a um ícone do rádio esportivo brasileiro, mas infelizmente a vida é assim, de partidas. O céu esta mais alegre hoje.

    BLOG DO CLEBER SOARES
    www.clebersoares.blogspot.com

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  3. FABRICIO MORAES MATURANA27 de outubro de 2011 às 23:39

    justa homenagem!

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  4. O que gostava do Luiz Mendes era justamente a clareza e a simplicidade dele ao comentar, além das histórias contadas.

    Esse vai fazer falta.

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  5. Grande PC, grande Luiz Mendes. Sou Luiz tb, Marcelo Luiz, com muito orgulho, abraço

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