quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Resenha: Tricolor 0 x 3 Grêmio

Foto: Photocamera.

Amigos, foi a derrota da soberba, a derrota do salto-alto. A verdade é esta: antes do jogo, todos - dos dirigentes do clube aos jogadores - todos em Laranjeiras tinham a certeza absoluta da vitória. Era uma unanimidade doentia: justo o Fluminense, justo o clube cuja maior virtude é a humildade, vivia a euforia que precede as grandes catástrofes. A lógica era: se o Grêmio havia perdido até para os chilenos do Huachipato, haveria de ser triturado no Engenhão, como se fosse um time de peladas de sábado no Aterro. Mas o Grêmio não é isso, pelo contrário, o Grêmio é um dos grandes do futebol brasileiro.

O erro de preparação começou quando os cartolas tricolores estabeleceram os indecentes preços dos ingressos para o jogo. Avisei aqui neste espaço que a torcida não compareceria em peso ao Engenhão. E o estádio, que já é naturalmente frio, mesmo que esteja lotado, se tornou praticamente um campo neutro. Antes mesmo de a bola rolar, antes mesmo de Abel Braga escolher o onze que levaria a campo, o Fluminense já começava a perder o jogo. (O público foi de apenas 18.947 pagantes.)

Conforme passavam os dias anteriores ao jogo, outros fatos sinalizavam que o Fluminense não teria vida fácil. Por exemplo, a escalação do árbitro paulista Paulo César de Oliveira para o duelo. Na Copa Libertadores, considero ruim a escolha de um árbitro do mesmo país dos times envolvidos. O que dizer então da escalação de um sujeito que tem notória implicância com o Fluminense, já de longa data? Com Paulo César de Oliveira no apito, o Fluminense tem apenas 7 vitórias em 32 jogos - e em diversas destas partidas ao longo dos anos, foi prejudicado de forma escandalosa. A diretoria tricolor sequer lançou uma nota oficial para repudiar a escolha do árbitro. Era, repito, a soberba, o salto-alto, a certeza da vitória. (O Grêmio teve validado um gol em escandaloso impedimento - o segundo, de André Santos.)

Confesso que nutria a esperança de que Abel Braga e os jogadores não tivessem entrado no clima de oba-oba. Mas bastaram alguns minutos de jogo para perceber que a euforia era mesmo generalizada. Os jogadores gaúchos dividindo cada bola como se fosse a última da vida, os tricolores sem o mesmo apetite. O Grêmio organizado taticamente, preparado para enfrentar as jogadas típicas do Fluminense, ao passo que o Fluminense parecia surpreender-se até com o óbvio chuveirinho para a torre Barcos. O treinador gremista Vanderlei Luxemburgo demonstrou claramente que estudou o Fluminense. E Abel Braga, será que não estudou o Grêmio? (E convenhamos, o único adversário realmente forte do grupo é o Grêmio.) O baile do Grêmio sobre o Fluminense no Engenhão me faz pensar: será que é coincidência a bizarra vantagem de Luxemburgo nos duelos contra Abel?

Tento enxergar possíveis benefícios do massacre. Primeiro, que bom que aconteceu agora, quando não significa eliminação. Uma derrota destas em uma fase posterior é fim de papo, game-over, até ano que vem.  Que bom que foi agora, com plenas chances de recuperação. Segundo, diminuem as chances de o Fluminense ficar com as primeiras colocações na classificação geral. E isto é bom, apesar de o "senso comum" repetir o contrário. Explico: no critério do saldo qualificado (gol fora de casa valendo mais), não há vantagem em decidir os duelos em casa - pelo contrário, as estatísticas demonstram que a vantagem está em decidir fora de casa.

Amigos, reparem que nem estou cogitando a hipótese de o Fluminense ser eliminado nesta primeira fase. E isto não é falta de humildade: é apenas a constatação de que Fluminense e Grêmio são representantes do futebol brasileiro, e que é absolutamente inadmissível que sejam eliminados por clubes como Caracas e Huachipato. Uma eliminação neste grupo configuraria um vexame de proporções cataclísmicas. Que o Fluminense abra os olhos, e jogue as próximas rodadas como um verdadeiro time de guerreiros. Ainda há tempo para pintar a América de verde, branco e grená...

PC

13 comentários:

  1. PC,

    seu texto reflete o que foi o jogo. Não imaginava um tricolor tão apático e tão sem brios como foi ontém.

    Apesar do gol em impedimento, não vejo que isso fosse predominante no resultado, o tricolor se perdeu na marcação gaúcha e não conseguiu encaixar uma bolinha só que seja com real perigo de gol.

    Menos ruim é que o grupo esta embolado.

    BLOG DO CLEBER SOARES
    www.blogdoclebersoares.com

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  2. Perfeito, PC! Esta derrota chegou na hora certa. É preciso que todos acordem e respirem Libertadores JÁ! Pra ontem!!!!

    ST

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  3. PC, permita-me apenas um comentário rápido:

    Ontem TODOS OS ERROS DO ANO PASSADO ACONTECERAM NOS 90 MINUTOS.

    Aí, meu camarada... fica realmente difícil quando o adversário é qualificado (mesmo desentrosado) como o time do Grêmio...

    ST!!!

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  4. PC,

    Saindo das 4 linhas, ontem o Fluminense deu um show de amadorismo e desrespeito com seus novos sócios torcedores.

    Eu sou um dos que conseguiu com muita insistência se cadastrar no programa sócio futebol no primeiro dia de inscrições. Como se sabe depois ele ficou fechado para novos associados por vários dias.

    Comprei meu ingresso com cartão Visa pela internet e como informado no site de compra, o cartão era o ingresso do jogo. Bastaria passa-lo na roleta para entrar. Certo? Errado. Passei o cartão e nada. Me pediram para passar a carteirinha de sócio e nada. Aí me falaram que eu tinha que ser atendido pelo pessoal do sócio futebol.

    O pessoal do sócio futebol me explicou que a minha carteirinha era provisória e que a nova é que deveria ser utilizada para entrada no jogo. Porra! para que enviar uma carteirinha provisória? Mas, onde está a nova? Perguntei.

    Aí eu entendi o motivo de todo o tumulto que estava acontecendo na entrada Leste do Engenhão.

    Milhares de novos sócios futebol também não conseguiam entrar, mesmo com o recibo de compra do site, pois não tinham recebido a carteirinha, ou como no meu caso tinham uma provisória que achavam que era definitiva e também porque o site informava que o cartão bastaria para entrar no jogo.

    Para completar, uma equipe de umas 5 pessoas tentava dar conta de localizar e entregar uma a uma as milhares de carteirinhas entre várias pilhas de carteirinhas espalhadas pelo chão, em um espaço cercado do lado de fora do estádio, com iluminação apenas da rua, sem uma mesa ou qualquer outra coisa para ajudar no trabalho. Em quanto isso torcida revoltada, tumulto, a PM tentando conter os ânimos (com toda razão) exaltados. Um caos total.

    Para piorar, eu levei minha filha de 8 anos que já estava chorando com tanta confusão. Acho que isso acabou sensibilizando uma das meninas da equipe que me deu uma prioridade para localizar minha carteirinha.

    Acabei entrando uns 20 minutos antes do jogo começar. Mas, tenho certeza que muita gente perdeu o início do jogo ou desistiu de ver.

    Se quem se associa ao Clube, se dispõe a ir ao Engenhão às 22h de quarta feira, pagar R$40 de ingresso + taxas é tratado assim... É difícil querer ajudar o Fluminense.

    Parabéns pelo Blog. Sou leitor diário.

    Rafael Matta.

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  5. Caro PC,

    Suas observações quanto ao salto alto são pertinentes, mas só poderão ser aplicadas mais ou menos à metade do time (Cavalieri,Jean, Wellington Nem e Fred, os únicos craques. Talvez a Deco e Thiago Neves, os virtuais do time. O resto é tudo baranga. Bruno, Anderson, Carlinhos, Samuel, Rafael Sobis, Wagner, Diguinho, Edinho; diga em sã consciência: qual deles seria titular no Corinthians, Grêmio, São Paulo, Atlético Mineiro, Inter, Cruzeiro e pasme, Flamengo?

    A meu ver, o problema está muito mais para a falta de profissionalismo, como bem se expressou o Rafael Matta.

    Vou mais longe: no Flu quem contrata não entende do riscado. Veja bem: o dinheiro que gastam com Sobis, Deco, que não joga nunca, Diguinho, que teve seu contrato renovado por dois anos, Carlinhos, por exemplo, talvez fosse suficiente para recontratar o Conca, que joga TODOS os jogos, pelo menos a partir do segundo semestre, mas até agora não vejo nenhum movimento nesse sentido.

    De qualquer modo, acho que a catástrofe de ontem foi culpa muito mais do Abel do que de qualquer outra coisa.

    Escalação errada, composição do banco errada, treinamento errado e para culminar substituições erradas.

    Elenquei todas essas sandices do Abel em meu blog e torço para que algum dia ele acorde, ou peça o boné, como fez o Muricyrrato.

    Abraços e Saudações Tricolores.

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  6. A verdade é que os dois times foram duas águas de salsicha, não jogaram caquinha nenhuma, o resultado poderia ter sido muito bem um 0 a 0 daqueles.

    Por isso, que acho que o menor dos nosso problemas foi a derrota, a derrota serve para expor os nossos erros para que possamos os consertar.

    Nós temos um time qualificado e o time que entrou em campo poderia ter ganhado do Grêmio, mesmo que este estivesse num bom dia.

    Porém, o time do Fluminense fugiu ao seu estilo de jogo como fugiu contra o Caracas. Este time do Fluminense foi moldado em 2009, um time que desde lá teve suas melhores fases jogando de forma aguda e sem se preocupar em segurar posse de bola. Acontece que desde o inicio desta temporada o time parece estar tentando segurar mais a posse de bola esperando um momento certo para entrar, ontem foi neste moleira do cozinhar para decidir que levamos o primeiro e a casa caiu.

    O time do Flu tem que voltar a ser aquele time agudo que em toda jogada de ataque tenta decidir com chutes dos kickes Neves e Sobis, dribles do Nem, bolas pro Fred, infiltrações do Jean, cruzamentos dos laterais (mesmo que intermediária), passes para deixar o companheiro de cara para o gol, etc. Se continuar sendo este time de toquinho pro lado para esperar o momento, vai continuar levando na cabeça.

    Att,

    Montanha

    PS: A diferença do Bruno pro WS é a seguinte, o Bruno ontem foi só uma vez ao fundo e quase que o Fred faz o gol na jogada, se fosse o WS teria ido 999999 ao fundo para produzir a mesma coisa. Ou seja, temos que colocar a confiança do WS no Bruno.

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  7. Eu estava superestimando o time do Grêmio. O que vi foi uma equipe ferrolhada, lenta, com um meio campo velho e improdutivo. A jogada desse time é bico pra frente: se o Barcos dominar é dele, se não, o Vargas que corra atrás da bola. O elenco é bom, o futebol é fraco.

    Dose ouvir Junior e Luis Roberto falando que o Grêmio fazia exibição de gala! Futebolzinho de quinta jogado pelo time gaúcho. Melhor que o Flu, que nem isso fez. O Grêmio que se iluda com essa vitória...

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  8. O Bruno é ridículo. Junto com o treinador fanfarrão foi o grande responsável pelo vexame de ontem. Nota ZERO pros dois.

    Que técnico é Abel Braga?

    Que técnico permite que seu lateral de baixa estatura marque o centro-avante alto do time adversário???

    Que técnico, com o time perdendo de dois a zero, tira a velocidade do time e coloca um centro-avante jogando de ponta, matando toda e qualquer chance de reação?

    O cara ainda vai pra coletiva dizer que não faltou empenho! Imagina quando faltar...

    Pede o boné, Abel! E leva a p#$¨%$#¨ do Bruno junto!

    Não pensa, não corre, não marca, não vai à linha de fundo, só faz tomar bola nas costas. O fdp ainda resolve ir à linha de fundo pela primeira vez em seis meses depois de definir o jogo a favor do Grêmio!

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  9. Primeiro gol.

    1. Bruno marcando Barcos. Erro colossal.
    2. Bruno agarra Barcos e bisonhamente sobe com ele. Se a bola batesse em qq um deles, como aconteceu, gol do Grêmio. Se não batesse, pênalti pro Grêmio. Era melhor ter deixado o Barcos sozinho...

    Segundo gol. A síntese de tudo o que falo do Bruno há mais de um ano:

    1. Flu ataca. Meia-direita espera a passagem do lateral, que fica parado como uma estátua na intermediária adversária.
    2. Sem opções, o meia força um passe no meio. Em muitos casos, erra.
    3. Bola nas costas de Bruno.

    Quantas e quantas vezes eu reclamei disso aqui!!! Mas o técnico omisso não vê, ou faz que não vê. Isso se resolveria com uma simples instrução:

    "Bruno, seu filho da p$%¨&, se for pra sair da defesa, se apresenta e vai pra linha de fundo! Se não quiser, fica na defesa ajudando a zaga! Só não fica igual a um dois de paus na intermediária adversária tomando bola nas costas, seu merd@!!!!!"

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  10. Sobre o Abel...

    A escalação inicial eu até entendi. Deco só tinha jogado uma partida esse ano (contra o Volta Redonda, no domingo). Thiago Neves teve o problema lá do medicamento e também não estava em uma sequência. Então, pelo ritmo de jogo, fez sentido começar com Wagner e Rafael Sobis.

    Mas as substituições foram desastrosas. Colocar Deco e Thiago Neves sem ritmo num jogo desses, já perdendo, é complicado, mas vá lá, são dois talentos, podem decidir em um lance, e tal... Mas tirar o Wellington Nem foi de uma estupidez tão grande que Luxemburgo deve ter até comemorado. Nem é a válvula de escape desse time, ainda mais com o Deco em campo. Tirando o Nem, Abel matou a principal opção de ataque do Fluminense. Ficamos com dois grandalhões na área (Fred e Samuel), sem ninguém para cruzar pra eles (já que Bruno e Carlinhos acham que a linha de fundo é uma ratoeira armada).

    Falando em Bruno, que atuação desastrosa, meu Deus. Além do gol contra (que se não fosse gol seria pênalti, porque ele agarrou o Barcos), levou uma infinidade de bolas nas costas e não produziu nada ofensivamente. Aí olhava para o banco e via que Abel NEM RELACIONOU o Wellington Silva ou o Wallace. Fica difícil...

    Sobre o grupo, a classificação ainda é obrigatória. Ser eliminado em um grupo com Huachipato e Caracas seria um vexame monumental...

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  11. Rafael Costa Matta,

    Sobre a bagunça no atendimento aos sócios, realmente lamentável. Como você bem relatou, um show de amadorismo e incompetência.

    Fica difícil ajudar o clube assim, né?

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  12. As declarações pós-jogo sobre o fato de ser o Bruno a marcar o Barcos deixaram bem claro o quanto as ações do time são planejadas.

    Quanto mais eu ouço, mais revoltado fico. Antes eu só criticava o Abel. No fundo, eu esperava que ele pudesse mudar. Não pode. Se eu fosse o Celso começaria a pensar em contingências.

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  13. Na coletiva, Abel foi perguntado sobre por quê Bruno era o responsável por marcar Barcos, e respondeu exatamente assim:

    "Foi ele que pediu!".

    Sem mais, meritíssimo.

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